“Eu me senti louco, incompreendido”: a dor indizível dos franceses que sofrem de enxaqueca

No dia do seu primeiro ataque, Fanny* tinha doze anos. A idade em que as meninas ficam presas ao telefone com as melhores amigas ou implorando aos pais para comprarem a bolsa da última moda. Ela estava "batendo a cabeça na parede, na esperança de que a dor passasse".
Por mais de dez anos, a jovem conviveu com uma doença desconhecida, que lhe causava dores cíclicas no olho, de um lado do rosto, por horas a fio, sem que o médico de família jamais encontrasse a causa ou a cura. "Falavam-me de dores de cabeça tensionais, dores de cabeça por estresse, fadiga crônica. Em cada consulta, era uma palavra diferente", lembra a mulher de 30 anos, que não conseguia alívio com nenhum comprimido de paracetamol, o que a levava a presumir o pior. "Várias vezes, eu disse a mim mesma: 'Amanhã de manhã estarei morta'. Não porque eu quisesse morrer, mas porque a dor era tão insuportável que parecia a única saída." Levou até os 22 anos, quando teve que se mudar, para finalmente receber um diagnóstico: Fanny tem...
lefigaro